Cemitério do Bonfim: história e arte de Belo Horizonte
Já pensou sobre o quanto um cemitério pode dizer sobre a história de uma cidade? Imagine fazer um passeio em um cemitério? Um tour que mostre a história da cidade? Turismo no cemitério!
Que diga o Cemitério do Recoleta, que faz o maior sucesso!
Vários cemitérios espalhados pelo mundo possuem um valor histórico inestimável.
Um domingo desses, fiz um passeio muito diferente e interessante. Visitei o Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte. O dia estava nublado e, nem assim, acabou com a beleza desse passeio.
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Ideia para turismo em Belo Horizonte e para levar os moradores a aprenderem mais sobre a cidade. Genial essa ideia! Uma parceria entre IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), Fundação de Parques Municipais e a UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais).
Toda a visita foi guiada pela professora e historiadora Marcelina das Graças de Almeida, que já pesquisa a temática e local há muito tempo. Ter uma visita com com uma pessoa com essa bagagem de conhecimento foi um luxo de conhecimento sem precedentes!
Falar de morte também é falar de vida, diversidade e história de uma cidade. Afinal, nós – os vivos – é quem damos significados para a morte. Há diferentes significados para a morte. E, muitas vezes, isso reflete a pluralidade das religiões. O simbolismo de um cemitério diz muito sobre a história da cidade, das pessoas. E, certamente, o Cemitério do Bonfim faz parte da memória de Belo Horizonte. Historiadores, cientistas sociais, antropólogos tem se debruçado por anos por essa temática da morte. Há, inclusive, uma área de estudo só sobre a iconografia da “morte”.
O Cemitério do Bonfim foi inaugurado em 8 de fevereiro de 1897, faz parte do projeto da “Nova Capital”. É possível ver túmulos de políticos, artistas, intelectuais e personagens importantes para a capital, como Bernardo Monteiro, Júlia Kubitscheck, Milton Campos, Olegário Maciel, Raul Soares, João Amadeu Mucchiut e muitos outros.
O Edifício do Necrotério foi tombado pelo IEPHA em 1977 (Decreto nº 18.531). O piso de dentro é lindo (veja a última foto)!
Esse prédio e o cemitério como um todo precisa de mais atenção do poder público, a meu ver. Ao mesmo tempo, a segurança do local precisa ser aumentada. Há muitos relatos de roubos, vandalismo no local.
As diferenças sociais são expressas nos túmulos. É possível ver túmulos suntuosos que expressam o poder e a riqueza de alguns. As esculturas encantam pela riqueza de detalhes. Descobri escultores que tiveram grande valor para BH, como o João Amadeu Mucchiut, Jeanne Louise Milde. E, assim como temos estilos arquitetônicos distintos em construções, os túmulos também apresentam distintos estilos artísticos.
E, muitas histórias de personagens, famílias foram contadas. E, até algumas lendas urbanas que rodeiam o cemitério, que fazem parte do imaginário fantasioso de qualquer sociedade. As lendas, de alguma maneira, expressam as relações, medos e construções sociais.
Adorei a ideia desse projeto na capital! Uma outra forma de apropriação do cemitério! Tudo é gratuito! As visitas guiadas acontecem uma vez ao mês (último domingo de cada mês, geralmente), de janeiro a outubro e precisam ser agendadas.
Deixe os medos de lado e conheça mais sobre a história de Belo Horizonte! É um verdadeiro museu a céu aberto!
||Visitas no Cemitério do Bonfim||
Divisão de Eventos e Educação Ambiental (FPM)
[email protected] | Telefone: (31)32775398
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Um comentário para: “Cemitério do Bonfim: história e arte de Belo Horizonte”
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Marcelina,
Projeto lindo! Adorei mesmo! Quero voltar mais vezes!
Beijinhos. Cris.