Serra do Cipó: Cachoeira do Lageado (Lapinha)
A Serra do Cipó é um desses lugares geniais. É para ir várias vezes e, a cada vez, uma descoberta diferente. Dependendo do passeio, dá para ir cedo e voltar no fim do dia (para BH). Não tem desculpas para não conhecer esse cantinho de Minas Gerais.
Não é preciso muito para descobrir lugares incríveis.
Não espere férias, não espere ficar rico, não espere “juntar dinheiro”… Explore lugares lindos perto da sua cidade, na sua própria cidade.
A região da Serra do Cipó está bem pertinho de Belo Horizonte. É excelente para quem ama cachoeiras, belezas naturais, paisagens incríveis. Bom para desestressar total!
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E, o passeio de hoje é a Cachoeira do Lageado (ou seria Lajeado?). Quem não quiser se hospedar na Serra do Cipó, é possível ir e voltar no mesmo dia sem problemas! É preciso pegar trilha, de dificuldade fácil, que irei detalhar um pouco mais à frente.
|Pôr do sol, volta da trilha, iluminação incrível|
Saímos de BH bem cedinho. Era cerca de 6:00h da manhã. Como o sol estava muito intenso, foi o mais indicado para uma caminhada mais tranquila. Éramos 10 pessoas (todos amigos, colegas…). Não precisa de guia.
Como chegar até a Cachoeira do Lageado?
Siga de Belo Horizonte para Lagoa Santa. Em seguida, siga para Serra do Cipó. Quando chegar no “miolinho” da Serra do Cipó (onde tem restaurantes, bares), pegue o caminho para Santana do Riacho. A ida até Santana do Riacho dá cerca de 2:30 h. Depois, do início da trilha até a Cachoeira do Lageado, caminhando em ritmo bem tranquilo leva cerca de 2:00h (levamos 1h:51min). O início da trilha você tem a visão dessa montanha da primeira imagem do post. O percurso todo deu 6,08 km de caminhada (medido pelo Strava).
Logo depois do início, você terá que atravessar um lago. Dá para atravessar andando. A água bate mais ou menos uns 4 dedos abaixo do joelho. A trilha é demarcada e dá para visualizá-la durante todo o caminho. Tem que atravessar um corregozinho também. É só seguir reto durante todo o percurso. Não desvie para nenhum lado (esquerda, direita). Mais perto do fim, há uma subida um pouco íngreme, depois uma descida e já chega no lugar. Você vai ouvir barulho da cachoeira.
Não há cobrança para entrada dessa cachoeira (pelo menos na época que fomos).
|Mapa Belo Horizonte – Santa do Riacho (Serra do Cipó)|
Sobre a dificuldade da trilha, eu classifico como fácil. É tudo reto e só tem essa parte mais intensa no final (de subidinha). É claro que se, talvez, a pessoa estiver totalmente sedentária, irá sentir um pouco mais. Mas, no geral, é bem tranquila.
|Percurso a pé até Cachoeira do Lageado, 6,08km|
Provavelmente, chegará na parte da manhã, fará toda a caminhada, chegando no Lageado mais ou menos no horário de almoço. E, vai voltar no cair do sol, no fim de tarde. Não volte muito tarde (já perto do cair da noite) por questão de segurança. Se tiver dúvida, não fique com vergonha de perguntar (antes de iniciar a trilha). Os moradores são muito gentis, ensinam, falam.
|Início, começando a “trilha do Lageado”|
|Das coisas lindas de se ver!|
O que levar para a Cachoeira do Lageado?
- Lanche. Imprescindível. Se seguir mais ou menos o horário que sugiro, chegará na Cachoeira no horário de almoço. Levei sanduíche natural. Não levei suco porque quando faço caminhadas assim, prefiro beber água. Amigos também levaram biscoitos, frutas, alguns sucos.
- Filtro solar. É difícil uma época do ano que não tenha sol. Mesmo no inverno, o sol aparece lindo. Lembre de renovar o protetor solar. Não faça a trilha em épocas de chuva, por segurança.
- Roupa de banho. Sunga, maiô, biquíni. O que você usa para nadar.
- Tênis confortável. O caminho tem algumas pedrinhas típicas do cerrado. Então, o mais aconselhável é andar com tênis e já usado. Quando o tênis é novo, corre o risco de machucar o pé, por estar naquela fase “amaciamento”. Então, vá com tênis já acostumado com a caminhadinha.
- Boné. Bom pra proteger do sol, né?
- Saco para colocar o seu lixo e trazer de volta. Qualquer saquinho de lixo para colocar todo e qualquer lixo que você produzir, seja do lanche, de alguma comida. Um lugar só pode continuar lindo assim, se tiver consciência de preservação.
- Animação. Qualquer trilha pede animação do início ao fim!
|Travessia pela lateral, à esquerda do seu monitor|
|Pitoresca casinha na imensidão de morros|
Santana do Riacho é uma graça! Aquele típico vilarejo de Minas Gerais. O povo que aqui vive parece acostumado com o fluxo de turistas. A cidade foi crescendo justamente em função do turismo na Serra do Cipó. É bem pequenininha e charmosa. A população estimada pelo IBGE em 2014 foi de 4.235. Em 1962 foi elevado ao status de município, desmembrando-se de Jaboticatubas (ex Riacho Fundo), segundo, ainda com o IBGE.
|Morador ilustre participando da trilha do Lageado|
|Cavaleiro da Serra do Cipó|
|Cachoeira do Lageado, paredão de pedra|
O bioma típico da região é o cerrado, que é considerado o segundo maior bioma da América do Sul. É um “celeiro” mundial da biodiversidade. Infelizmente, pouquíssimo valorizado pela maior parte da população brasileira.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, depois da Mata Atlântica, o cerrado foi um dos biomas que mais sofreu alterações por causa da ocupação humana. Tomara que os governantes acordem para a importância do cerrado, especialmente na Serra do Cipó e criem mais iniciativas de proteção.
|Vista de longe da Cachoeira do Lageado, fim de trilha|
|Poço da Cachoeira do Lageado|
Burle Marx, famoso paisagista, era apaixonado com a Serra do Cipó e dizia que ela era o “jardim botânico do Brasil”. Realmente, lugar de Minas Gerais para valorizar, com uma diversidade incrível.
A cachoeira estava bem mais seca que de costume porque nesse ano (2015) ocorreu a seca histórica em todo o Brasil. Há relatos que, normalmente, a água é bem mais abundante. Mesmo assim, a cachoeira não perde a sua beleza. Ela tem um poção embaixo e não tem muitas pedras. Há uma parte que dá para ficar na pedra, mas outras regiões desse poção são fundos e precisa saber nadar. É ótima para nadar livremente para lá e para cá!
|Pôr do sol, no fim do passeio, já chegando no povoado|
|Sempre Viva. Ou, “Casadinho”, como dizem no norte de Minas|
Para mim, todo o percurso é tão incrível quando chegar até a cachoeira. Paisagens, moradores, o trekking, as conversas durante a caminhada, o cachorro que aparece, o cavaleiro que cavalga calmo pela paisagem, as belezas naturais, flores do cerrado, a riqueza do cerrado, os “riozinhos”…
E, quando voltar, não deixe de parar bem lá no início em um restaurante para comer. Comidinha caseira, simples, gostosa, como só Minas consegue oferecer. E, tem aquela característica simpatia dos donos dos restaurantes, que começaram ali aquele “negócio” meio improvisado, seguindo o fluxo de turistas da cidade e, que, guardam aquela simplicidade e gentileza que nos deixam tão confortáveis e felizes por estar ali (e não em um “restaurante ostentação”). “Coisas” que tem um sabor especial, difícil de se encontrar nos dias de hoje em qualquer outro lugar.
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